quinta-feira, 26 de março de 2009

VOO 878 A ENFERMEIRA QUE VINHA DO CÉU - PARTE DOIS..



Manuel Bastos
ex-Fur Mil Op Esp Exército Mueda-Moçambique
Coimbra

Na sequência do belo texto do Manuel Bastos, “A Enfermeira Que Vinha Do Céu”, publicado no post 837, continuamos a publicação dos eventos que este suscitou.
Temos o prazer de publicar hoje um novo texto do Manuel Bastos que ele afinal designa de Parte Dois.


A ENFERMEIRA QUE VINHA DO CÉU - PARTE DOIS.



Aqueles que não contam com a transcendência divina vivem irremediavelmente sós perante os seus actos. E sem desculpas. Mas têm o conforto de saberem sempre a quem devem agradecer tudo quanto de bom recebem na vida: aos amigos.
Um dia e em breve, terei algo de muito importante a agradecer. Terei que agradecer a um amigo muito recente, que as minhas palavras escritas cativaram, pela sua qualidade humana tantas vezes demonstrada neste curto espaço das nossas vidas, mas sobretudo pelo seu empenho em dar vida à personagem da primeira história do meu livro, "Um Sorriso de Mulher".
E terei que agradecer também a essa mulher, resgatada assim do passado de um velho soldado, de entre as memórias e a fantasia, para se vir a materializar dentro de dias num ser humano real, com a sua verdadeira história.
Uma mulher a quem premonitóriamente baptizaram com um nome que significa "Sofrimento com a dor alheia" e que os artistas plásticos escolheram para baptizar a imagem bíblica da Virgem Mãe segurando o filho apeado da cruz. Uma mulher de quem possuía apenas a silhueta difusa numa foto no heliporto da Enfermaria de Mueda, e através da qual dediquei, mais tarde neste blog, um texto de homenagem a todas as que como ela combateram na guerra colonial com a arma da generosidade.
Quando um abraço nos unir, ou um beijo fraterno, nada se concluirá, que a vida real é uma interminável sucessão de acontecimentos. Talvez apenas se encerre um longo capítulo das nossas vidas que começou onde a minha ameaçava terminar.
Mas que disse eu? Jamais terei o conforto de agradecer o que recebi. Ao amigo recente, não a gratidão, mas a minha amizade será o permanente reflexo da sua. Àquela mulher que gratidão estaria à altura do seu acto heróico? Só me resta a promessa que tudo farei para que o que me restar da vida que ela salvou esteja à altura da sua corajosa generosidade.
Até a um dia, muito em breve, Piedade!

Manuel Bastos


JC: Afinal, eu previra bem quando, no Post 873, incluí a expressão (será?) ao anunciar a publicação de “ A Enfermeira Que Vinha Do Céu – Conclusão”.
Manuel, realmente não era a conclusão, “apenas” a transição para o nível seguinte. A AMIZADE
.

Um abraço

Post relacionados:

837“ A Enfermeira Que Vinha Do Céu”,
850“ A Enfermeira Que Vinha Do Céu – A Descoberta”,
873 “ A Enfermeira Que Vinha Do Céu - Conclusão”.