quarta-feira, 20 de maio de 2009

VOO 992 AVIAÇÃO NAVAL.




Manuel Lema Santos
Ten.Reserva Naval Guiné
Sintra



Relatos de Moçambique...
Meu Caro Victor Barata, Saudações Amigas e Navais deste camarada marinheiro que há muito tempo não troca umas palavras contigo, quer pessoalmente quer como credenciado FAP. Uma vida sem tempo suficiente para ir dando corpo a uma necessária Memória Reserva Naval por que batalho, rouba-me também a possibilidade de ir contactando Camaradas de outros Ramos.
Depois de um alargado périplo por Moçambique, onde nunca pousei os pés e depois de cuidada pesquisa, gizei uma superficial passagem histórica da caminhada dos homens da Reserva Naval por lá que, curiosamente em caso único, envolveu também Força Aérea. Como sabes, a Marinha de Guerra, na assimilação de uma política estratégica militar da USA NAVY, dispunha de Aviação Militar Naval até à sua extinção no início dos anos "60", tendo sido último Comandante Naval da Base Aérea nº 6 do Montijo, até 20 de Maio de 1960, o Vice-Almirante Francisco Ferrer Caeiro (na altura Capitão de Mar-e-Guerra) de quem fui ajudante de ordens durante dois anos e com quem ainda vivi algumas peripécias da Aviação Naval. Faço notar, como curiosidade, que já com ele tinha estado na Guiné enquanto responsável Naval pelo CDM da Guiné de 1964 a 1967.
Algumas passagens por porta-aviões incluindo exercícios e aterragens - nunca fui piloto - também fazem parte do meu modesto curriculum como passageiro mas, na carreira de vários oficiais da Marinha de Guerra figura "curriculum" de Piloto da Aviação Naval, alguns deles de grande prestígio, começando pelo Almirante Gago Coutinho...
Tudo isto não é certamente novidade para ti e para a Instituição FAP mas, será talvez menos visível o facto de que, em Moçambique, no Lago Niassa - Metangula, ter existido um aeródromo utilizado essencialmente na ligação a Vila Cabral, onde existiam duas aeronaves, um Auster (ou Cessna?) e um Dornier DO 27, ambas adquiridas pelo Comando Naval. Além de serem pilotados inicialmente por um oficial superior dos quadros permanentes - Chefe do Estado-Maior do Comando de Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa - oriundo da Aviação Naval, foram seguidamente pilotados por camaradas da Reserva Naval como eu, um deles fuzileiro (!!!), que com alguma disponibilidade nas missões que desempenhavam, obtiveram o "brevet" em Lourenço Marques com adequada formação e instrução na Força Aérea, mantendo aqueles dois aviões operacionais essencialmente no garante de uma logística e evacuações tão indispensáveis quanto frequentes.
Tens possibilidade ou na tua esfera de conhecimento FAP acrescentar algo a este importante contributo histórico?
Começo por te deixar com algumas imagens quer do aeródromo que das aeronaves referidas que incluíam também, da FAP, um Dakota que fazia por ali escala. Julgo, com a minha ignorância de aeronaves incluída, que o que está estacionado mais a uma maior distância no aeródromo é mesmo um Cessna e que o outro, o mais escuro é um Dornier, o que tem a carlinga maior e a duas cores é um Auster, e o outro é um Dakota DC..?, mas...
Um abraço Amigo extensivo a toda a equipa,
Manuel Lema Santos
VB: Olá Caro Amigo Manuel.
É com grande alegria que,depois de uma ausência prolongada te temos de regresso à "Linha da Frente",as tuas notícias para além de serem sempre desejadas e bem recebidas,são também uma mais valia para o enriquecimento deste espaço.
Tal como solicitas,vamos deixar aberta a porta ás diversas opiniões que os nossos Tertulianos,e não só,queiram emitir sobre o Lago de Niassa,mais propriamente,o Aeródromo de Metangula.
Sobre as fotos das aeronaves que nos envias-te e publicadas em cima,está correcta a identificação com que as trataste.
Um abraço
Victor Barata