quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

VOO 1375 TÉCNICAS AERONAUTICAS (IV)

Órbitas: (*)

Quando um número grande de aeronaves se aproxima de um mesmo aeródromo pode haver a necessidade de se efectuarem órbitas. Uma órbita é uma trajectória com formato semelhante ao de uma pista de Fórmula Indy.
Constitui-se das seguintes partes:



Cada uma dessas etapas dura 1 minuto. As curvas devem ser efectuadas à razão constante de 3 graus/seg. As órbitas padrão são para a direita, mas existem órbitas com curvas para a esquerda.
Na órbita padrão deveremos fazer o seguinte:
Ao bloquear o fixo, fazer curva para a DIREITA, para a proa da perna de afastamento. Manter uma razão constante de 3 graus/seg. durante a curva. Ao finalizar a curva você notará o ponteiro do ADF quase na MR de 090 . Ao passar pela MR de 090 dispare o cronómetro. Você está agora na perna de afastamento. Após 1 minuto faça nova curva para a direita, de modo que ao terminá-la você esteja no QDM da perna de aproximação. Caso você tenha esquecido de cronometrar (o que acontece frequentemente!) inicie a curva quando a sua MR for de 150 graus. Veja a figura na página seguinte. Caso a órbita seja não-padrão você deve aguardar a MR=270 para accionar o cronómetro e MR=210 para iniciar a curva para a perna de aproximação.
Veja a figura mostrando uma órbita padrão.



Tenha em mente que o vento pode lhe desviar da correcta trajectória da órbita, e você deverá fazer as correcções necessárias, inclusive aumentar ou reduzir a razão de curva conforme seja a direcção e intensidade do vento no nível da órbita. Para entrarmos na órbita deveremos efectuar o tipo de entrada que esteja de acordo com o sector em que estamos nos aproximando. Veja a divisão de sectores para as órbitas padrão e não-padrão.


Órbita Padrão
Órbita Não-Padrão


Veja agora a descrição de cada um dos procedimentos para entrada nas órbitas padrão e não-padrão.


SECTOR 1- Entrada Paralela:

Órbita Padrão: Ao bloquear o fixo, no nosso caso um NDB, (mas poderia ser um VOR ou uma intersecção de radiais) faça curva para uma proa igual ao rumo da perna de afastamento. Dispare o cronómetro. Após 1 minuto faça curva a ESQUERDA para aproar o fixo.
Após o rebloqueio do fixo efectue a órbita normalmente.

Órbita Não-Padrão: Ao bloquear o fixo faça curva para uma proa igual ao rumo da perna de afastamento. Dispare o cronómetro. Após 1 minuto faça curva a DIREITA para aproar o fixo. Após o rebloqueio do fixo efectue a órbita normalmente.

Órbita Padrão
Órbita Não-Padrão




SECTOR 2 - Entrada DESLOCADA:

Órbita Padrão: Ao bloquear o fixo faça curva para uma proa 30 graus MENOR que o rumo da perna de afastamento. Dispare o cronómetro. Após 1 minuto faça curva a DIREITA de tal modo que você a termine no QDM da perna de aproximação.

Órbita Não-Padrão: Ao bloquear o fixo faça curva para uma proa 30 graus MAIOR que o rumo da perna de afastamento. Dispare o cronómetro. Após 1 minuto faça curva a ESQUERDA de tal modo que você a termine no QDM da perna de aproximação

Órbita Padrão
Órbita Não-Padrão




SECTOR 3 - Entrada DIRETA:

Órbita Padrão: Ao bloquear o fixo faça curva para proa do rumo da perna de afastamento. Após 1 minuto faça curva à DIREITA para aproximar no QDM da perna de aproximação.

Órbita Não-Padrão: Ao bloquear o fixo faça curva para proa do rumo da perna de afastamento. Após 1 minuto faça curva à ESQUERDA para aproximar no QDM da perna de aproximação.


NOTA: Quando são previstas órbitas de espera à níveis de voo muito elevados, as pernas de afastamento e de aproximação, são estabelecidas com 1 minuto e 30 segundos, para compensar as indicações flutuantes do bloqueio dos NDB, devido ao crescimento do cone sobre a antena.
(*)Fonte ABRAPIV