sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Voo 1970 EVACUAÇÕES.




Fernando Moutinho
Cap.Pil.
Alhandra






Acabei de ler o último vôo de Fabrício Marcelino.

Será que ainda estivemos juntos? Iniciei essa comissão nos primeiros dias de Julho de 1963.

Mas, a razão principal deste mail, será o de acrescentar um pouco mais algumas recordações dessa época.

Reviver algumas evacuações mais insólitas.

A primeira, vinha da Ilha do Como onde decorria a Operação Tridente.

Já a escurecer, ao aterrar em Bissau, da Torre perguntam-me se tenho combustivel para efectuar uma evacuação de Teixeira Pinto. Após resposta afirmativa perguntarão-me se estava disponível para a efectuar. Resposta afirmativa mas que me garantissem a pista de Teixeira Pinto iluminada (com viatiras) à chegada. Ao chegar a Teixeira Pinto sou surpreendido com uma iluminação tão vasta que me dificultou a aterragem. Eram luzes por todo o lado. Parecia um arraial luminoso. Enquanto se carregavam as duas macas, aproveito para pedir ao Comt de Batalhão para reduzir o número de viaturas.

Assim se fez. Efectuei 1 hora de voo nocturno nesse DO-27.

Legenda: A aeronave Dornier DO 27 na placa de estacionamento da Base Aérea nº 12,Bissalanca.
Foto:EspecialistasdaBA12(direitos reservados)

A segunda já ao fim do dia, chega um pedido de evacuação para 2 feridos após emboscada do IN na zona de Olossato. As nossas forças estavam a regressar ao quartel com os feridos, a evacuar do aerodromo local. Simplesmente era quase noite.Como a noite estava escuríssima, pedi apoio dum T-6 para o regresso, em virtude do DO-27 não ter RadioCompass. Lá fui e fiquei a agurdar a chegada dos militares. Simplesmente o tempo foi passando e o T-6 teve de regressar. Finalmente chegaram 2 viaturas com os feridos. Eu e o mecânico, na escuridão lá acomodamos os feridos mas, ... surpresa, os miliatres e as viaturas desapareceram. E, nós com os feridos sem qualquer espécie de iluminação para nos ajudar. Como a pista era grande e relativamente larga, resolvemos tactear a descolagem com auxílio do farol que só era útil com a cauda no ar. Pouco motor, em frente, mas, íamos directos à margem esquerda. Nova tentativa com uma correcção e já com a cauda no ar foi fácil continuar.

Situações por vezes complexas.

Um abraço


Moutinho


VB: Bom-Dia Fernando.
Ao ler este teu voo,e recordando algumas das evacuações em que participei,fiquei com uma interrogação muito grande: Em que condições eram feitas estas evacuações naquela época ( 1963)?

Suponho que efectivamente devem ter estado juntos na Guiné,certamente que têm episódios em comum.Vamos aguardar por eles.