terça-feira, 26 de abril de 2011

Voo 2297 AS NOSSAS RELÍQUIAS (IV)





Max Holste Broussard





Os Broussard Portugueses

Texto de Carlos de Brito

Em 1960 a Força Aérea Portuguesa adquiriu 4 Max Holste Broussard M.H - 1521-C :

· o 3301, número de construção 51C, matrícula francesa F-WJSO

· o 3302, número de construção 52C, matrícula francesa F-ZKAT

· o 3303, número de construção 53C, immatriculation française F-ZKAU

· o 3304, número de construção 54C, matrícula francesa F-ZKAV
Um quinto M.H. 1521, com número de construção 212C e matrícula francesa F-BFDJ, serviu unicamente como fonte de peças de substituição.

Estas 4 aeronaves não tiveram o sucesso previsto pelas forças armadas portuguesas e foram relegadas para missões de ligação ou colocadas à disposição dos oficiais do Estado Maior para pemritir a manutenção de quotas mínimas de voo. Os aparelhos serviram na "esquadrilha de ligação no aeródromo da Base AB1 da Portela de Sacavém; Apesar de tudo os 4 aparelhos ainda foram utilizados em operações em Angola, onde o 3302 foi abatido por fogo inimigo, e os 3301 e 3303 tiveram acidentes em aterragens (o que não espantará os pilotos franceses que conheceram a "besta"!) Apenas o 3304 escapou de acidentes maiores e esteve temporariamente afecto à Guiné portuguesa.


Fim de carreira

Em finais de 1970 os 3 aparelhos regressara à AB 1 e continuaram as suas missões em ambientes mais pacíficos. Em 1976 foram retirados de serviço e entregues ao Museu do Ar, em Alverca. Ainda foram realizados alguns voos com o 3304, até 1990, altura em que o estado do avião o confinou a terra. Em 1992, na sequência da reestruturação do Museu, o 3304 foi colocado nos hangares da Base da Ota.

Renascimento

Em Outubro de 2000, o Primeiro-Sargento Waldo tomou "conta" do 3304. Depois de uma inspecção geral, que confirmou o bom estado do aparelho, foi decidido restaurá-lo para condições de poder voar.
Esta restauração levou 22 meses, com a ajuda de 40 pessoas, civis e militares, bem como a participação das empresas OGMA e Aero-Helice, sob a coordenação dos primeiros-sargentos Waldo e Pita. O aparelho foi totalmente desmontado, foram substituídos três elementos do bordo de ataque e mudados os cabos de comando. O habitáculo recebeu novos vidros e novos bancos, e a célula beneficiou de uma nova pintura, idêntica à que teve no seio da FAP.

Esquadrilha do Museu

O primeiro voo do aparelho restaurados teve lugar em 7 de Agosto de 2002, na Base Aérea 6, no Montijo, passando a integrar a famosa esquadrilha de voo do Museu, que inclui um Auster, um Tiger Moth, um Piper Cub e dois T-6 Texan e Harvard.






Legenda:O primeiro Max-Holste M.H. 1521C Broussard recebido em Portugal, com a pintura de origem e a matrícula FAP 3301.
Foto de Carlos Gomes


Legenda:O Max-Holste M.H. 1521C Broussard - FAP 3303, no seio do Grupo Operacional 901, na Base Aérea 9, em Luanda, Angola, em 1961. Foto: Carlos Gomes



Especificações

Envergadura

13,75 m

Area alar

25,2 m2

Comprimento

8,60 m

Altura

3,67 m

Peso sem carga

1530 kg

Peso máximo

2700 kg

Motorização

Pratt & Whitney radial R.985.AN.1
Wasp Junior de 450 CV (336 kw)

Velocidade máxima

228 km/h

Razão de subida

360 m/mn

Raio de acção

1200 km

Tecto

5500 m